Por Deyse Morgana das Neves Correia
Situado num município com significativo histórico de organização e luta social e política dos trabalhadores rurais, o Assentamento Tiradentes (Figura 3) é originário da mobilização dos trabalhadores rurais sem terra na “Marcha em defesa do Brasil”, que partiu de Cajazeiras, em 1998, cruzando 28 municípios paraibanos até chegar em João Pessoa. Segundo um morador do Assentamento Tiradentes que participou ativamente do processo de conquista da área desde a passagem da Marcha na região de Mari, houve a adesão de muitas famílias à Marcha, famílias que dependiam do trabalho no campo, que se encontravam expropriadas, enfrentando uma grave situação de desemprego.
Então, com o apoio dos militantes da Marcha do MST, iniciaram as ocupações de terras na região e o primeiro assentamento conquistado foi o Chico Mendes, antes fazenda Ipanema, situado no município de Riachão do Poço. No ano seguinte, no dia 11 de setembro de 1999, famílias inteiras ocuparam a fazenda Gendiroba, onde se instalaram em barracas de lona preta por cerca de três anos até que houvesse, por parte do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), a desapropriação das terras e a devida divisão dos lotes e oficialização do Assentamento.
Sabe-se, porém, que, quando foi iniciado o trabalho para que as famílias de Mari ocupassem as fazendas improdutivas, o poder político da cidade se posicionou contrariamente, como afirmou um assentado de Tiradentes: “os políticos [...]começaram a criar na mente do povo que isso não dava certo, reforma agrária desse tipo, ocupando, não vai dar certo”. Alegaram que essa atitude resultaria numa nova “Tragédia de Mari” e recriaram o clima de medo que ensombrou a região em 1964. Por isso, resolveram reunir as famílias do município vizinho de Sapé para realizar as ocupações.
Sabe-se, porém, que, quando foi iniciado o trabalho para que as famílias de Mari ocupassem as fazendas improdutivas, o poder político da cidade se posicionou contrariamente, como afirmou um assentado de Tiradentes: “os políticos [...]começaram a criar na mente do povo que isso não dava certo, reforma agrária desse tipo, ocupando, não vai dar certo”. Alegaram que essa atitude resultaria numa nova “Tragédia de Mari” e recriaram o clima de medo que ensombrou a região em 1964. Por isso, resolveram reunir as famílias do município vizinho de Sapé para realizar as ocupações.
Na fala de um morador, líder das ocupações em Mari:
E quando a população de Sapé ocupou, aí o pessoal começou a pensar que ia dar certo. E começou o pessoal de Mari a se infiltrar, [...] acreditando que só a luta era capaz de vencer o latifundiário. [...] Quero dizer, [...], até quem tinha medo, que não tinha passado aquele medo, que se lembrava daquela revolução de 64, a guerra sangria que houve, passou o medo e hoje, graças a Deus, estamos aqui. Tudo produzindo, tá aí uma beleza o assentamento pra você vê.
Regulamentado o Assentamento Tiradentes, viabilizou-se a utilização social de uma extensão territorial de aproximadamente de 1.719 hectares de terra que se limitam: ao norte, com a fazenda Betânia e o sítio Açude Grande; ao sul, com a fazenda Olho D’água e a sede do município; a leste, com a fazenda Nossa Senhora de Lourdes e a fazenda São Salvador; e, a oeste, com o Assentamento Zumbi dos Palmares, o sítio Taumatá e a mata. A distância do Assentamento Tiradentes até a sede do município é de cerca de sete quilômetros.
O Assentamento é organizado sob a estrutura de agrovila formada por ruas, avenidas e quarteirões na qual concentram-se as moradias dos assentados, a associação, as igrejas, o comércio. Os lotes da agrovila destinados à moradia contam com uma área de um hectare, nos quais os camponeses costumam plantar uma variedade de produtos e também costumam criar animais, caracterizando a cultura de subsistência, pois estes produtos são destinados ao consumo da família.
Regulamentado o Assentamento Tiradentes, viabilizou-se a utilização social de uma extensão territorial de aproximadamente de 1.719 hectares de terra que se limitam: ao norte, com a fazenda Betânia e o sítio Açude Grande; ao sul, com a fazenda Olho D’água e a sede do município; a leste, com a fazenda Nossa Senhora de Lourdes e a fazenda São Salvador; e, a oeste, com o Assentamento Zumbi dos Palmares, o sítio Taumatá e a mata. A distância do Assentamento Tiradentes até a sede do município é de cerca de sete quilômetros.
O Assentamento é organizado sob a estrutura de agrovila formada por ruas, avenidas e quarteirões na qual concentram-se as moradias dos assentados, a associação, as igrejas, o comércio. Os lotes da agrovila destinados à moradia contam com uma área de um hectare, nos quais os camponeses costumam plantar uma variedade de produtos e também costumam criar animais, caracterizando a cultura de subsistência, pois estes produtos são destinados ao consumo da família.
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